domingo, novembro 09, 2008

No mundo da velocidade

Vivemos em um mundo em que tudo tem que ser rápido, muito rápido. Disputamos uma batalha (perdida) contra o tempo. Nos iludimos fracionando os segundos, medindo coisas em milésimos de segundo ou menos, pois o segundo é uma fração de tempo sem condições de mesurar a velocidade das coisas no mundo moderno.

Corremos contra o relógio procurando ultrapassar limites que beiram o absurdo. Carros que aceleram dos 0 aos 100 km/h em poucos segundos, atletas que buscam a superação dos seus limites fisícos, na busca, caçando frações ínfimas do tempo. Corremos tanto para quê? Para onde?

Ser veloz é ser capaz. Os lentos estão condenados, serão inexoravelmente ultrapassados, condenados pelo consumo de tempo em demasia. É preciso economizar tempo, não para guardá-lo num cofre, mas para fazer com que um número cada vez maior de eventos se encaixe no mesmo tempo. A vida do nosso tempo precisa ser condensada, intensificada, e isso requer tempo.

A batalha se trava no campo da longevidade e - pode parecer contraditório, mas não é - e da brevidade. Precisamos de uma vida cada vez mais longa e de usar cada vez menos tempo para desempenhar nossas tarefas. Não basta viver muito tempo, é preciso viver intensamente nesse tempo.

Apesar disso tudo, ainda somos vítimas do tempo. Correndo ou não, um dia ele acabará nos alcançando, subjugando, domesticando, imobilizando e matando. Fim da história.

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