terça-feira, agosto 01, 2006

Hooligans gaúchos

Quase todas as massas são ignaras. É preciso um índice civilizatório muito alto para qualquer povo conseguir manter um comportamento civilizado quando formam grandes grupos, quando em massas. Nessas ocasiões, quem têm formação equivalente a "ladie" vira terrível "infant"; quem é pouco sociabilizado tende a se tornar pior do que Gengis Khan.

Há pouco tempo escrevi que o futebol era um substituto adequado para as guerras entre os povos. Deveria ter acrescentado que também era um substituto para os shows do "circus maximus". As cenas protagonizadas por alguns dos integrantes das chamadas "torcidas organizadas" - para quê? - do time de futebol do Grêmio de Porto Alegre foram dignas da mais elevada barbárie.

Protestam contra o quê? Contra o time rival? Tenho minhas dúvidas de que seja só isso. Nesses tempos em que estamos vivendo, reunir mais do que dez brasileiros é um risco, estou quase certo de que qualquer grupo é um barril de pólvora, eis que formado por integrantes com os mais variados tipos de recalques e angústias. E digo mais: esse barril não está nas classes mais pobres, está na classe média baixa, o típico frequentador das gerais dos estádios.

Nada justifica a estupidez, mas ela está sendo mantida por uma camada fina, tênue, que mal pode conter seu interior explosivo.

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