Vim agora há pouco de uma "sessão de leitura", devidamente coroado, no trono - outro nome besta para a coisa aquela que vocês sabem o que é -, estendi a mão displicentemente, porque, apesar de ser um "monarca temporário", a ocasião não é própria para formalidades, e peguei o primeiro caderno de jornal que havia na pilha. Uma revista da TV, hum..., com capa de revista policial, hum..., duas fotos grandes, hum..., mas com pose de 3x4 de documento, hum..., Kadu Moliterno e a mulher, ele sério, ela com seis pontos no nariz e um olho roxo.
Pelo jeito Kadu não foi nem um pouco mole nem terno com a sua mulher. O gesto estúpido, incivilizado, animal, sem desculpa, prova que a nossa propalada civilidade está sempre sendo mantida por um tênue fio. O nosso controle emocional, a nossa racionalidade, por outro, igualmente fino e capaz de romper-se a qualquer momento. Quem viveu um longo relacionamento sabe disso, mesmo sem episódios de violência, existem os momentos em que as tensões se exaltam, os ânimos se acirram, se não houver muita cabeça, a coisa descamba mesmo.
Viram porque eu disse que tenho que melhorar as leituras de banheiro? Caderno de TV com pauta policial?
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