segunda-feira, março 06, 2006

Hey guys or sorry gays

O grande assunto de hoje vai ser os comentários sobre os resultados da premiação do Oscar. As confirmações, as decepções e as surpresas entre os ganhadores da estatueta de ouro do cavaleiro apoiado na espada. O grande chabu da noite foi "Brokeback Mountain". Os votantes não se emocionaram com a delicada história dos caubóis idem. O filme acabou ganhando três estatuetas - diretor, música e roteiro -, mas perdeu a mais esperada, a de melhor filme, para Crash.

Não gosto dessas fases de engajamento político ou social de Hollywood, principalmente porque dificilmente expressam algo sincero, normalmente não passam da superficialidade. Já aconteceu no ano da consciência negra, agora volta a ocorrer com uma possível defesa do direito à opção sexual - embora eu entenda que sexo não é questão de opção, mas isso já é um outro assunto. A insistência no tema seria uma resposta à política atual da tacanha administração republicana norte-americana.

Para quem gosta só de cinema e não tem nada que ver com o babado, fica algo chato, insistente e repetitivo. Nessas coisas eu acredito mais na sutileza, ficar batendo descaradamente na mesma tecla só cansa. De mais a mais, fatos mais graves cometidos pelo governo daquele país são empurrados para baixo do tapete. São assuntos que, para um cinema que se considera engajado, já deveriam ter sido denunciados - a invasão militar indevida em outros países, as prisões ilegais sem direito à defesa, cenas de torturas, etc.

Defender que uma indústria que movimenta bilhões de dólares e distribuí filmes para todo o mundo deva se preocupar prioritariamente com esse tipo de assunto, é duvidar da nossa inteligencia e da nossa capacidade de discernimento. Parece ser, isso sim, uma preocupação que ganha um apoio inconteste pela alta incidência de engajados nesses movimentos no meio artístico.

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