sexta-feira, novembro 11, 2005
Falar sobre o que não se viu?
Se é impossível emitir uma opinião, analisar algo que se desconhece, discorro sobre algo que conheço bem: os motivos pelos quais não assisti a entrevista concedida pelo nosso presidente ao programa Roda Viva da Tv Cultura. Bem estranho isso, não é? Falar sobre o que não se viu?, onde já se viu! Bem aqui!, para depois você poder dizer que uma vez já viu.
Eu tenho acompanhado atentamente a tudo que se refere a essa crise do atual governo e, abstraindo os aspectos político-eleitorais, as já conhecidas manobras tipicamente eleitoreiras da oposição, na minha opinião digo que tudo foi/é uma grande maracutaia, não para enriquecimento pessoal de ninguém, mas para a manutenção de um projeto de poder.
O fato de não ter assistido a tal entrevista não me impediu de tomar conhecimento de grande parte do que foi perguntado e respondido; vi, ouvi e li na mídia as repercussões da entrevista. Como era de se esperar, existem dois grandes blocos de opiniões: a dos situacionistas, afirmando que o presidente foi magnífico, perfeito; e a dos oposicionistas, achando que Lula da Silva não disse coisa com coisa. Alguma surpresa?
Não assisti porque não acreditei que nosso presidente fosse mudar o teor ou o tom do discurso, como ficou comprovado, ele permaneceu na atitude de quem não viu, ouviu, ou disse qualquer coisa. Chegou ao cúmulo de declarar que "...você sabe que eu não sou de declarar". Defendeu a tese "legalista" - que ninguém pretende seja outra -, mas que não significa que os fatos alegados não tenham acontecido, só que eles ainda dependem de exame para comprovação ou rejeição - que é o óbvio.
E, porque eu sabia que óbvias seriam as (perguntas e) respostas, qual seria a diferença entre assistir ou não a entrevista? Optei por utilizar melhor o meu tempo.
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