quarta-feira, junho 18, 2008

Como um elefante numa loja de cristais?

Como diz o cômico: eu queria só entender. Como poderíamos classificar a atitude do vice-governador do Rio Grande do Sul? Entregar para a oposição a gravação de uma conversa tida com o chefe da Casa Civil do Governo/RS, e que serviu de munição para a oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga fraudes cometidas no Detran/RS.

O sentimento é estranho, e meu estranhamento é que, por mais que o vice-governador esteja no lado certo da questão, ainda assim a sua atitude não convence, soa como falsa, como traição, ou para dizer pouco, como indevida. E como alguém que tem razão perde a razão numa questão?

Posso dar um exemplo para tentar clarificar a idéia: imaginem uma moça virgem e pura que vai trabalhar de dançarina numa casa noturna, em uma boite e, após a primeira noite de trabalho, procura o proprietário do estabelecimento para se queixar do assédio masculino.

O que se pode dizer é que alguém está muito enganado sobre as realidades da vida. Não se trata de tentar justificar o assédio, mas a atitude é a esperada, está implicita numa cláusula não escrita. Não imagino que no contrato de trabalho de uma dançarina esteja escrito que ela deve, vamos dizer assim, tolerar o assédio masculino.

O mesmo ocorre com o episódio do nosso inocente vice-governador. Não imagino que alguém que resolva entrar para a política possa alegar que "não sabia que era assim que as coisas funcionassem". Não imagino, igualmente, que alguém vá escrever num contrato todo o tipo de situação que irá encontrar ao lidar com as questões que normalmente envolvem a política e os políticos.

O vice-governador do RS se porta como um elefante numa loja de cristal. E, pior, reclama do barulho de vidro quebrado...

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