terça-feira, novembro 20, 2007

Liberdade

Trabalhei institucionalmente - ou oficialmente, ou como empregado - por exatos trinta e seis anos. Considero que cumpri minha jornada, não só pela idade, ou pelo decurso do prazo - na época em que ainda era possível a aposentadoria só pelo tempo de serviço -, mas na firme crença de ter trabalhado com afinco e dedicação durante todo esse período.

Sai (aposentado) ainda jovem - ou nem tanto, nessa mania de não querer assumir a nossa velhice -, menos pela vontade de sair e mais pela sensação de que as cláusulas pétreas constitucionais - em que se baseam nossos direitos - parecem pouco sólidas, assentadas em pedra sabão. Fui antes que mudassem as leis - e mudaram!

Depois de aposentado, guardei para sempre chefes, gravatas, uniformes, relógio, turnos, tudo o que diz respeito às relações trabalhistas, e com a firme determinação de não voltar jamais a encarar isso tudo. Após mais de dez anos de aposentado - apesar dos avisos de que eu não duraria tanto sem trabalhar! - continuo cumprindo a promessa.

Já escrevi um livro, mil blogs, e agora virei marceneiro. E tudo com uma condição: só faço quando estou com vontade. Viva a liberdade!

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