sexta-feira, maio 25, 2007

Meliantes?

Meliantes? É preciso colocar os pontos nos "is", definir quem é meliante e quem não é, coisa que não parece pertencer ao terreno do código penal, mas de uma lei não escrita de usos e costumes. Surge logo a separação dos que são desiguais perante a lei.

Como comparar ladrões de galinha com políticos corruptos? Uma questão, antes de tudo, da limpeza, da assepcia aplicada aos crimes. Um crime sujo, que envolve penas e galináceos não merece maiores considerações, o preso pode ser conduzido com algemas e submetido ao constrangimento de ter o seu nome divulgado na imprensa.

Já nos crimes limpos, nos colarinhos e nos punhos brancos, imaculados, não há como aceitar o uso das algemas ou a divulgação na imprensa. São casos diversos, coisas incomparáveis. Como comparar um roubo de galinhas, crime famélico - e sujo, pela própria característica dos galinheiros - com esses outros casos refinados?

Casos que só afetam a saúde, educação, segurança, estradas, enfim, esse tipo de serviços público feito pra atender pobre que, cá pra nós, não conta muito no cenário, não é mesmo? Além do mais, o dinheiro retirado dos pobres tem bom uso, as verbas são surrupiadas por gente de luxo, por gente limpa, tornando-os ainda mais ricos, com mais condições de sustentar a limpeza e o luxo.

Depois, como disse Joãozinho Trinta, quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta mesmo é de luxo…

Um comentário:

Marcos Pontes disse...

É explicável: quem faz e quem administra as leis são os piores bandidos. Nada mais lógico que se protejam quando a "dura" e a imprensa chegarem.