segunda-feira, abril 17, 2006

167 dias de trabalho para o Fisco e juros

Cento e sessenta e sete dias equivalem a cinco meses e 17 dias, mais do que cinco meses e meio, quase metade de um ano de trabalho são necessários para que um trabalhador brasileiro sacie a fome do Fisco e pague os juros cobrados pelo sistema financeiro - que chamar de juros esses números escorchantes que os bancos cobram dos contribuintes é uma verdadeira ofensa.

Não sei - ou até sei - como a nossa sociedade não se revolta contra isso. Porque para tudo isso, principalmente no caso da classe média, que é quem paga tudo isso, depois de pagar estes impostos escorchantes sabe que o seu retorno em serviços do governo é inexistente, ou seja, além de pagar será necessário desembolsar para pagar a educação dos filhos, os planos de saúde, os planos de aposentadoria, a segurança particular, os seguros caros pela insegurança reinante, etc.

Acrescidos esses encargos aos 167 dias, são necessários mais três ou quatro meses para custear essas despesas adicionais - e que já foram cobradas nos impostos. Muitos dirão: gastam nisso porque querem; no fundo esses que falam isso sabem que não gastam nisso porque não podem, pudessem dar uma educação de melhor qualidade aos filhos ou usufruir de um plano de saúde, o fariam, certamente. Some-se a isso os gastos com alimentação e você terá a resposta do porque a classe média estar quebrada.

O que temos no Brasil é uma classe custeando toda uma nação. Miseráveis vivem dos subsídios que recebem do Governo - bolsas tudo -, pobres não pagam impostos - ou só pagam os indiretos -, quem acaba pagando é a classe média. Se digo que sei porque a sociedade não se revolta é porque conheço o nosso espírito de ovelha, somos um povo que vai para o matadouro de cabeça baixa; um povo que aceita a pecha, que aceita o arreio, o jugo e a exploração patrocinados por uma sucessão de governos pífios, desonestos e incopetentes.

Até quando?

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