quarta-feira, março 22, 2006

"Dia de muito, véspera de pouco."

Eu sei, você vai dizer que começar um post com um ditado popular é uma tática manjada, mas eu preciso me aproximar de você, sabe como é, como um apaixonado que se aproxima da amada, tem que ser de leve para não espantá-la. Ai vai ele: "Dia de muito, véspera de pouco". Bem conhecido, popular, familiar, agora chega mais, vamos conversar.

Rigotto, gaúcho, assim como este que vos fala, perdeu a parada nas prévias do PMDB. Fez o dobro do número de votos do Garotinho e se ferrou. Gaúcho é assim mesmo, bonachão, e acha que todo mundo é bonzinho. Garotinho é um "inho" que de garoto só tem o nome. É um malandro carioca crescido, que com essa história de igreja e religião, não engana ninguém. Ops! Engana, tanto que enrolou o Rigotto, levando-o (não sei como!) a aceitar a regra de "os meus votos valem dois e os teus valem só um".

Aliás, perdeu o PMDB, maior Partido do Brasil, que partido está virando farelo, para aos poucos ser um nada. Um maior que se une ao pequeno fisiologicamente na troca por cargos, comandado por um grupo que representa a política do atraso e do interesse pessoal. Garotinho não terá apoio para se tornar candidato. Resultado: vai continuar trocando de partido até o infinito. O PMDB fará o jogo que interessa ao Presidente Lula, vai apoiá-lo em troca de cargos.

Decepcionado? Não fique triste, amiga(o), nossa política funciona assim mesmo, um fiel retrato nosso, que também não nos damos o respeito como povo. Não fique zangado(o), a verdade é essa! Eu sempre digo que essa camarilha que domina a política não veio de marte, saiu do nosso meio, nos representa, são um pouco do que pensamos, do nosso modo de ser e de agir.

Vejo as pessoas dizerem esse é um país corrupto. E justificam afirmando que policiais, fiscais, políticos, autoridades em geral, e até mesmo a imprensa, aceitam propinas. Quando dizem isso, esquecem que, do outro lado da mão que recebe, está a mão que oferece, sem corruptores não haveria corruptos. Ou a violência que atinge a maioria das cidades, parte dela não provém do tráfico de drogas? Quem mantém o tráfico? Não são os usuários das classes média e alta?

Voltando a política, que tudo é política, não é mesmo? Decepcionado com o PT? Todo mundo. Vai votar no "Picolé de Chuchu"? Acha que ele é o novo salvador da pátria? Eu queria acreditar nisso, queria ter esperança nisso. Eu até acho que o Picolé é gente boa, mas não confio é no PSDB. Não tenho nenhuma saudade dos tempos do FHC; não vejo grandes obras e nem uma razoável admnistração da sua era no poder. Ele acabou com o patrimônio estatal e nos legou um país endividado.

Se ganhar, o Picolé não vai governar sozinho, e não acredito muito na turma que vai junto no pacote. Reclamam do Meirelles? De onde foi que saiu o Meirelles? Ele não foi eleito pelo PSDB? Pois é! Esse é o perigo, trocar seis por meia dúzia. Estão esperando uma política revolucionária do PSDB? Uma política que vá diminuir o ganho dos bancos? Pera aí, vamos deixar de sacagem e falar sério!

O que eu vou fazer? Não sei, honestamente. Até as eleições ainda tem muito tempo. Vou esperar mais um pouco, ver como o quadro evoluí. Mas eu acredito, claro! Milagres acontecem, não é? O que tem a ver o ditado com o assunto da conversa? Ele é um ditado mentiroso! Não funciona! Quando foi que nós estivemos bem representados na política? Quando foi o nosso dia de muito?

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