domingo, outubro 23, 2005

Futuro (do Pretérito)

Diz o aforismo: "A esperança é a última que morre". Afirmando uma espécie de ordem, organizando uma sucessão de eventos (nesse caso de óbitos), mas não declarando em momento algum a imortalidade da esperança. Pois chegamos aos tempos em que anunciaram até o falecimento da nossa querida "Velhinha de Taubaté", símbolo maior do otimismo, da crendice e da esperança pátrias.
Nunca fui o que se pudesse chamar de grande otimista, embora sempre acreditasse na teoria de que somos um grande País e nossa grandeza como povo uma mera questão temporal. Esse tempo verbal, o futuro, o chamado "País do Futuro", aquele que nunca é hoje, mas que será com certeza amanhã!
Pois lamento muito em saber - e informar - que o tempo certo é o Futuro do Pretérito. Não somos (e nunca seremos) um Grande País, nunca passaremos de um País grande (questão só de tamanho). Infelizmente, a piada que termina com "...espere até ver povinho que Eu vou colocar lá!", parece ser mais do que uma piada de mau gosto...
Certamente vou ser acusado por muitos de desesperançado, de pessimista. Pode ser... Para estes só posso responder com outro ditado: "O diabo sabe mais por ser velho do que por ser diabo".

Um comentário:

Marcela disse...

Interessante... Eu gosto muito da idéia de que a esperança é a última que morre. Mas acredito, de verdade mesmo, que apesar de ser a última a morrer, ela morre. Também tem aquela do Mário Quintana: a esperança é um urubu pintado de verde. Isso não é pessimismo, é?