terça-feira, janeiro 13, 2009

Quatro Temas

Quatro temas:

1. O álcool

O álcool é a principal e mais fatal das drogas. Qual é afinal o motivo para se ingerir álcool? O mesmo que leva ao consumo das demais drogas: alterar o estado mental do usuário, sair do estado de consciência plena: o calmo fica agitado, o manso fica valente, o tímido fica ousado.

A verdade é que são pessoas que não sabem se divertir, ou que não conseguem se divertir enquanto são o que são, enquanto têm consciência, precisam de uma muleta química para saírem de si. O álcool (ou outra droga) funciona como se fosse uma fantasia, uma máscara que passa a encobrir e esconder o personagem real.

Ninguém se atreve a combater essa poderosa indústria, há muito dinheiro envolvido, muitos interesses. Agora mesmo, há pouco, quando da aplicação da lei seca - que impede o consumo de álcool por quem pretende dirigir - já se sentiu a grande dificuldade de se retirar o álcool dos locais de venda nas estradas.

Qual o grande evento dirigido aos jovens que abre mão do patrocínio dos fabricantes de bebidas alcoólicas? Que espécie de adultos estarão sendo formados com base nesse tipo de formação?


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2. Hipocrisia

Assisto a várias personalidades do meio artístico pregando uma moral de cueca. Reclamam de haveres e procederes do "povo", como se eles próprios fossem exemplos de bom comportamento.

Qualquer um que convive - ou já conviveu - com o meio artístico sabe que quase 100% deles fazem - ou já fizeram - uso de alguma espécie de droga. Droga essa que financia todos os outros crimes - que eles enchem a boca para criticar.

Gente que fala em seriedade e em comportamento ético e que vive da exploração de "jabás"; gente que é "comprada", recomenda e dá "aval de qualidade" para aquilo ou para quem paga para receber esse aval.

Imprensa que não critíca de acordo com a sua consciência, mas garantindo que não ofenda patrocínios recebidos e nem prejudique os interesses do departamento comercial das empresas onde trabalham.

Gente que não pode criticar o governo porque recebe gordas verbas  publicitárias desse mesmo governo, um dos maiores anunciantes do mercado anunciante. Governo que usa o dinheiro do povo para comprar consciências e tornar esse mesmo povo cativo e manso.

Como acreditar nesse tipo de gente?

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3. Das democracias

Dizem que a democracia é o que há de melhor no pior. Explico: nenhum sistema político é bom, mas a democracia é a melhor escolha entre o que há de pior. E tudo tem a ver com a qualidade da maioria que se encontra representada no poder. Se você tiver a sorte de conviver com uma maioria esclarecida, menos mal!

Imaginem alguém que não goste de futebol, carnaval, samba, futebol, televisão, axé, novela e presidentes torneiros-mecânicos, como se sentiria representado nesse país? Ou, na outra ponta, imaginem alguém que goste de música clássica, balé, teatro, filmes clássicos e presidentes com educação escolar?

A maioria responderia que tal individuo está deslocado, que não deveria pertencer - ao menos culturalmente - ou viver no Brasil que nós conhecemos. Tudo bem, mas isso não seria negar a possibilidade de que o povo possa evoluir? Não seria desacreditar nesse sempre anunciado e propalado - e nunca igualado! - Pais do Futuro?

Se é verdade que não há alternativa, como ficam os que dizem que a solução do país está na educação? Vamos ter que nos conformar com a barbárie? Quem sabe voltar - num processo involutivo - ao tempo das cavernas?

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4. A grande caminhada

O ano era 1993 e eu a mulher e os filhos estávamos visitando a Cidade Eterna. Resolvemos visitar o Foro Romano, um local imenso, cercado, no centro de Roma. Estacionei o carro num local disponível junto ao muro e fomos procurar a entrada.

Era na parte da tarde e o calor - caldo - imperava na cidade, estava fazendo 42 graus centígrados! Se você parar junto a um muro de uma grande área cercada, é certo que, se for margeando o muro, encontrará fatalmente a sua entrada.

O problema é escolher o lado certo. Imagine que essa área tenha, digamos dois quilômetros de circunferência e você tenha parado a 100 metros do portão. Se optar pelo lado certo caminhará os 100 metros. Se escolher o errado a caminhada será de 1900 metros!

Pois, contrariando a opinião da maioria, eu escolhi o lado errado. Até hoje sou cobrado por essa "sábia" decisão!

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