Se fosse para escolher um antônimo para a expressão eu optaria por “aos baldes”, para dar aideia de alguma coisa que se obtém em grande quantidade e, por isso mesmo, sem um grande valor. Eu usaria a ideia de balde para se contrapor à de gota.
Vivemos numa época em que as notícias não vem em gotas, mas em baldes, pela necessidade de preencher a pauta dos noticiários com material jornalístico. Não sou jornalista, nem ao menos conheço a matéria, mas acompanhando qualquer espécie de jornal noto que o conceito do que seja matéria jornalística anda muito amplo.
Jornais televisivos e que permanecem 24 horas no ar, são obrigados a “cavar” notícias para os noticiários que se repetem a cada hora. Não existem fatos, mesmo transpondo todas as barreiras geográficas, que dê conta do recado. Resultado: um garoto que se perdeu da mãe num shoping doCazaquistão vira manchete aqui.
São milhões - e são literalmente milhões! - de sites na Internet se encarregam de espalhar as notícias ao redor do mundo. Hoje o que acontece no bairro, na rua já vira notícia instantaneamente e, não demorará muito , para que os acontecimentos de cada casa também se tornarem.
A grande notícia é que as notícias perderam a relevância, qualquer fato corriqueiro - bobagens! - e trivial está parando nas manchetes. Os fatos de alguma relevância passam a ser repetidos à exaustão, as manchetes tradicionais nem se fala. Esse é o caso típico do exagero, quando o mais é acaba sendo menos.
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