segunda-feira, setembro 11, 2006

Ilusões necessárias

Toda divisão do tempo, segundos, minutos, horas, dias, meses, estações, ciclos, décadas, séculos, milênios atende a essa necessidade humana de se reinventar, de renascer a cada momento. Se o antes não foi bom, se o agora não satisfaz, com certeza o amanhã, o que vem depois será bem melhor. Dividimos, compartimentamos o tempo para que sempre possamos viver reiniciando novos períodos, a cada nova manhã, a cada renascer do sol.

Agora nos aproximamos da estação que melhor simboliza esses renascimentos: a primavera. A primavera fecha, encerra um ciclo, o do inverno, e abre outro, trazendo com ela toda a alegria que se encerra na renovação da vida em toda a natureza. Claro que a grandeza tempo é um continuu e essa separação é meramente prática, didática. Vista assim a Primavera é uma ilusão, não no seu efeito prático sobre a natureza, mas na divisão de um tempo que é um todo. Ainda assim ela nos favorece, ela nos arma com esse sentimento de renascimento.

As árvores ganham folhas, os ramos botões, flores, cores, vida e beleza. Eu ganho alegria, vontade de viver mais intensamente, e renasço outra vez.

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